O PORTO DE VIANA DO CASTELO

ERAM OS FINAIS DE FEVEREIRO E OS DIAS (FOTOGRÁFICOS) PASSAVAM MERGULHADOS NA SUA PRÓPRIA ESPUMA, PARCOS EM NOVIDADES.

Sem aviso prévio, surge a divulgação de um workshop agendado para Abril em Viana do Castelo. O tema "Fotografia em ambiente portuário" só por si já era interessante, mas o que ressaltava da notícia era o facto de ser o fotógrafo António Sá a conduzi-lo.

Uma nova iniciativa no calendário do António Sá exige-nos imediatamente duas acções: a primeira é confirmar que não temos compromissos para a data e a segunda é efectivar a inscrição antes que seja atingido o limite de participantes.

Já tinha passado em Viana do Castelo noutras ocasiões mas nunca propositadamente para fotografar. As imagens que lhe associava eram o Monte de Santa Luzia e o Rio Lima, ao longo do qual cresceu a cidade.

Agora, frequentado o workshop, aquilo que para mim era genericamente uma única paisagem portuária passou a estar claramente dividido em quatro zonas distintas: o porto de pesca, o porto de recreio, o porto industrial (os tristemente noticiáveis estaleiros navais) e, na margem esquerda, o porto comercial.

Como sempre, António Sá guiou o grupo na parte teórica com mestria, aproveitando a exibição de algumas imagens do seu portefólio para fornecer dicas e sugestões para as melhores abordagens ao tema, bem como conselhos no sentido de evitar os erros técnicos mais comuns. As intervenções em sala decorreram no antigo navio hospital Gil Eanes, em boa hora transformado num interessante Museu, o que deu às palestras o ambiente ideal.

O programa tinha ainda outra faceta. A Administração do Porto, organizadora do evento, estava também a patrocinar um concurso de fotografia sob o título "Um olhar sobre o Porto de Viana do Castelo", implicitamente convidando os participantes no workshop a concorrer.

Está de parabéns a Administração do Porto de Viana do Castelo pela simpática recepção e pela escolha do António Sá como moderador. A cereja no topo do bolo da excelente organização do evento foi o acesso às instalações dos estaleiros, com autorização para fotografar. Simplesmente inesquecível.

Claro que enviei trabalhos para o concurso.

Segundo o tríptico da exposição, foram apresentadas cerca de 200 fotografias e escolhidas 43 para expor na Galeria da Santa Casa da Misericórdia da cidade. Tive quatro das minhas imagens seleccionadas, tendo uma delas recebido uma Menção Honrosa.

 

ÚLTIMO TURNO

 

CORDA VELHA, CORDA NOVA

 

MADEIRA DO CONGO

 

DEGRAUS

(Menção Honrosa)

 

Percebe-se facilmente a razão pela qual passei a encarar Viana do Castelo com um outro olhar. Grato.

Post scriptum: Em linguagem náutica não se usa a palavra 'corda', mas sim 'cabo'. A prova está no adágio "a bordo de uma embarcação só existem duas cordas, a do relógio e a do sino". Muito condescendente foi o júri do concurso ao não eliminar liminarmente a fotografia que intitulei "Corda velha, corda nova".