HÁ MELROS DE ÁGUA EM VOUZELA

VOU ZELAR PELA SUA IMAGEM.

Nos últimos cinco anos, último fim-de-semana de Janeiro, o destino é sempre o mesmo: Vouzela.

Não, este artigo não é uma mera divulgação, tem mesmo a ver com o prazer que eu e a minha Maria desfrutamos nessas visitas a Vouzela e que quero partilhar com os leitores deste blogue.

Muitos já saberão, nesta altura do texto, do que estou a falar. Adivinho até que alguns o souberam desde que leram o título. Para esses mais avisados e para os outros, passo a contar.

Há um Festival de Imagem de Natureza em Vouzela, o CINCLUSFEST, cuja sétima edição foi no último fim-de-semana.

Cinclus é o nome científico para o melro de água, uma ave que se pode encontrar no Rio Zela, daí a escolha para baptismo do festival que leva uma romaria de gente para viver a festa da imagem.

O grande dinamizador deste evento, e seu actual Director, é o fotógrafo de natureza e vida selvagem João Cosme, nado e criado em terras do Vouga e do Zela.

Faltei nos dois primeiros anos mas redimi-me.

A espinha dorsal do programa consiste, durante a manhã do primeiro dia, na inauguração de uma exposição no Museu Municipal e numa degustação de cogumelos no Mercado. Depois, a tarde de Sábado e todo o Domingo são passados em sala, no Cineteatro João Ribeiro, assistindo a palestras sobre imagens.

A maioria dos trabalhos exibidos são de portugueses mas todos os anos são também convidados fotógrafos estrangeiros de renome. Portefólios temáticos, estudos sobre a fauna e a flora, seja na vertente comportamental ou numa abordagem mais científica, descrições de viagens, imagens de locais inóspitos ou desconhecidos, em suma, inúmeros temas que são apresentados das mais variadas formas, sendo garantido, todos os anos, haver apresentações espectaculares que conseguem surpreender pela originalidade e qualidade técnica.

Há também exposições de material fotográfico, apresentações de livros pelos seus autores e um concurso de fotografia.

Está explicada a obrigação de participar. Falta justificar a devoção.

Comecemos com o prazer de reencontrar amigos que, ano após ano, também não falham o acontecimento, a que se junta o salutar convívio entre pessoas que comungam das mesmas paixões.

E depois há Vouzela e o orgulho dos vouzelenses no facto da sua vila ser anualmente a capital da fotografia de natureza, o que fica bem patente na alegria com que recebem os forasteiros.

Finalmente a gastronomia e os vinhos do Dão que dispensam elogios.

Agendem o último fim-de-semana de Janeiro. Nessa altura o tempo está geralmente frio e chuvoso mas não é motivo para ficar em casa.

Enquanto houver CINCLUSFEST, vitela de Lafões e os preciosos, inigualáveis, espectaculares e maravilhosos pastéis de Vouzela, vou zelar por voltar.